A crise em Gaza alcançou um nível desesperador. Relatos da ONU indicam que civis no norte da região estão sendo isolados por Israel, sem acesso a comida, água ou assistência médica, e sob constante ameaça de tiros ao tentar escapar. O horror dessa situação, que deveria ser manchete diária, parece ter perdido força. O “hype” em torno do conflito, que dominou discussões nas redes sociais, já não está presente. O que antes era combustível para debates e ativismo digital se dissipou, como se o sofrimento humano fosse apenas mais um episódio de entretenimento fugaz. Quando o tema não está mais em alta, as pessoas simplesmente param de falar sobre ele, e a dor real das vítimas permanece invisível para o mundo, que segue em frente, como se os palestinos não estivessem morrendo todos os dias.
Essa mudança é um reflexo do ciclo de consumo rápido de notícias nas mídias sociais, onde a empatia se dissolve tão rapidamente quanto rompe. Quando o foco da mídia muda, as tragédias perdem a urgência aos olhos do público, que rapidamente direciona sua atenção a outros eventos. Mas para os palestinos, a tragédia é constante e devastadora. Mesmo com a ONU e organizações humanitárias alertando sobre a gravidade da crise, a resposta internacional permanece insuficiente, e a ausência de punições efetivas permite que Israel continue suas ações com impunidade. A questão que fica é: se o sofrimento de Gaza não é mais “popular”, quem ainda está prestando atenção?
Crime de guerra que não é condenado, isso faz sentido?
As ações de Israel violam o direito internacional humanitário e são vistas como crimes de guerra. Apesar das denúncias da ONU, Israel segue sem uma punição internacional significativa, o que expõe a inércia da comunidade internacional frente à escalada da violência.
As acusações contra Israel não são novas, ao longo dos anos, o Estado tem sido criticado por suas políticas duras em relação à Palestina. No entanto, a falta de consequências efetivas levanta questionamentos sobre a seletividade das ações globais e o papel de potências ocidentais que mantêm apoio a Israel. O cerco a Gaza, sem intervenção, cria um cenário de impunidade e deixa a população civil como principal vítima.
Décadas de ocupação e hostilidades contínuas forjaram um ambiente onde a vida palestina parecia ser tratada como descartável.
O fim desse ciclo de dor e impunidade requer mais do que declarações de condenação. Exige ação. Exige coragem das lideranças internacionais para enfrentar a verdade: a crise de Gaza é um crime contra a humanidade que, dia após dia, permanece sem resposta. Enquanto o mundo assiste em silêncio, quem paga o preço são os inocentes.
Não se trata de escolher lados ou justificar ações em nome da defesa. Trata-se de vidas inocentes sendo destruídas, de pessoas que estão pagando o preço mais alto por decisões que elas não tomaram.